Aulas de Guitarra Barroca, Clássico-Romântica, Vihuela e Viola de Arame

Conheça um pouco sobre a vihuela
por Junior da Violla

Acima Ariel Abramovich tocando na vihuela de mano Fantasía y Pavana do Libro de música de vihuela de mano intitulado "El Maestro", Valencia, 1536 de Luis Milán

A vihuela ou vihuela de mano surge em meados do século XV, a princípio como uma versão de um instrumento que podia ser tocado com arco (vihuela de arco), com palhetas (vihuela de plectro) ou com as mãos (vihuela de mano). No século XVI aparece com o formato em oito característicos dos instrumentos de cordas pinçadas que culminariam no violão moderno. Possuia seis ou sete ordens de cordas duplas, de tripa, uníssonas, sendo a versão mais usual a de seis ordens. Pelos portugueses era denominada de viola de mão. Seu repertório se baseava em intabulações, peças de cunho vocal transcritas para o instrumento. Por ter afinação semelhante podia tocar todo o repertório do alaúde renascentista. Para a vihuela foram escritos vários livros cujo alguns exemplares sobreviveram até os dias de hoje como 'El Maestro' de Luis de Milán (1536), 'Los seys libros del Delphin' de Luis de Narváez (1538), 'Tres Libros de Música' de Alonso Mudarra (1546), 'Silva de sirenas' de Enríquez de Valderrábano (1547), 'Libro de música de Vihuela' de Diego Pisador (1552), 'Orphénica Lyra' de Miguel de Fuenllana (1554) e 'El Pamasso' de Estevan Daça (1576), época em que o instrumento atingiu seu apogeu na Península Ibérica. No final do século XVI o instrumento cai em desuso. Há uma linha de pensamento que defende que o instrumento desaparece com a mudança do pensamento musical da época e outra que defende que ele fica relegado a um segundo plano reaparecendo no final do século XVIII ja adaptado a música da época. O que defende essa segunda teoria são algumas poucas iconografias referentes a instrumentos em formato de oito com 6 ordens de cordas ao longo do século XVII

Abaixo uma réplica do luthier Asier de Benito com base na iconografia da época, como a ilustração de Luys Milan em seu livro El Maestro (1536) e nas vihuelas originais preservadas, como a "Chambure", a vihuela de Quito e a vihuela/guitarra de Belchior Días (1581)

Afinação

A uma única forma de encordoar o instrumento usando intervalos de 4as e uma terça maior do par 3 para o par 2. Pelo tamanho do instrumento o mais comum é a afinação em sol ficando da ordem grave para a aguda GCFBbDG. Todas as ordens em uníssono. Geralmente o primeiro par era encordoado somente com uma corda

Também é comum a afinação em mi em vihuelas maiores ficando EADF#BE.

Formas de escrita musical

A escrita para vihuela eram feitas a partir das tablaturas. No geral as tablaturas usadas eram conhecidas por italianas com figuras rítmicas sobre as tablaturas indicando o tempo das notas, números representando as casas e linhas representando as cordas sendo que a linha de cima representava a ordem grave e a linha debaixo o par agudo. É o exemplo dos 'Tres Libros de Música' de Alonso Mudarra (1546)

Apenas no livro "El Maestro" de Luis Milan a ordem das linhas é invertida ficando a ordem grave para baixo e a ordem aguda para cima, semelhante as tablaturas usadas hoje em dia.

Conheça um pouco sobre a vihuela por Junior da Violla

Vihuela

Conheça um pouco sobre a vihuela
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